Cirurgia é a melhor opção para homens jovens (menos de 60 anos) com câncer de próstata de alto risco e apresentam melhores resultados. Esse dado acaba de ser publicado (junho de 2017) em um dos congressos mais importantes na área de uro-oncologia (ASCO – American Society of Clinical Oncology).
Afirmaram que homens portadores de câncer de próstata abaixo de 60 anos vivem após a conhecida prostatectomia radical quando comparada à radioterapia.
Os cânceres de próstata podem ter diversas classificações de acordo com o risco da doença. Existem doenças na próstata que são poucos agressivas e, as vezes, nem tratamento precisam. Entretanto existem neoplasias de próstata que são mais agressivas e tem resultados piores em relação a alguns tratamentos.
Câncer de próstata de alto risco são assim classificados quando preenchem alguns critérios específicos. Na maior parte das vezes, eles são assim chamados quando tem PSA maior que 20ng/dL ao diagnóstico, toque retal com doença muito evidente além dos limites da próstata, Gleason da biopsia de 8 – 9 – 10, além de muitos fragmentos comprometidos `a biopsia.
Este trabalho, muito bem desenhado pelo grupo de urologistas de Baltimore, encontrou uma taxa melhor de resultados com a cirurgia. A sobrevida geral com a cirurgia do câncer de próstata melhorou 48% ao invés da radioterapia ao longo de quase 5 anos. A estimativa de vida para 8 anos também foi melhor com a cirurgia, 85,1% com a cirurgia vs. 74,9% com a radioterapia.
Esses resultados são muito confiáveis, pois os pesquisadores cruzaram todos os fatores prognósticos que nos ajudam predizer resultados. Incluíram a análise da idade ao tratamento, doenças associadas, escore de Gleason da biopsia, estadiamento da doença, uso de hormônios ou quimioterapia, PSA, idade, etnia entre outros.
Este estudo analisou 16.944 pacientes com diagnóstico de câncer de próstata com menos de 60 anos.
Dr Ricardo Kupka, médico uro-oncologista da Equipe NeoUro, comenta o artigo concluindo. “Os resultados devem ser vistos como geradores de hipóteses, em vez de definitivos. Os pacientes submetidos à cirurgia são submetidos à análise patológica pós-cirúrgica. Com isso sabemos exatamente qual o tipo de tumor e seu grau de agressividade. Assim podemos oferecer terapia adicional complementar de maneira precoce. Entre elas, estão incluídas a radioterapia adjuvante (logo após a cirurgia) ou de resgate (quando o PSA volta subir). Já os pacientes no grupo de radioterapia podem ter sido subestimados, já que a sua classificação vem apenas dos dados da biopsia, que tem francas limitações para amostragem correta do tumor.”
Afirma por último. “A grande vantagem da cirurgia em relação a radioteRapia é que a mesma oferece uma segunda carta na manga. Caso o tumor recorra após a cirurgia, é possível fazer a radioterapia. Já esta opção é muito mais delicada quando iniciamos com a radioterapia. Isso porque não é possível realizar a cirurgia com os mesmos resultados quando realizada após a radioterapia.