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27.03.2015

Mitos e verdades sobre o câncer de próstata

Por falta de informação e conhecimento sobre o câncer de próstata, muitas pessoas se mostram resistentes a procurar um especialista em urologia para preveni-lo e tratá-lo. Para contribuir com a propagação de informações corretas e ajudar a orientar as pessoas que têm dúvidas sobre o câncer de próstata, seguem algumas respostas a questões sobre o tema.

Mitos e verdades

O câncer de próstata tem cura?
O câncer de próstata é um dos tipos de câncer mais comuns em homens após a meia idade. Porém, se diagnosticado precocemente, o paciente pode ter chances de cura maiores que 90%.

Sua ocorrência é muito comum?
Verdade. No Brasil, é o segundo câncer mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Segundo dados do INCA, 70 mil novos casos de câncer de próstata acontecem por ano no Brasil.

Todos os diagnósticos são iguais?
Mito. São necessários vários exames antes de se definir o diagnóstico do câncer de próstata. Com o toque retal, avalia-se o volume da próstata, sua consistência e a possível presença de nódulos endurecidos na glândula. Também é necessário realizar o teste do PSA (Antígeno Prostático Específico), uma proteína produzida pelas células da próstata e detectada pela coleta de sangue. A partir do toque retal alterado ou de valores elevados de PSA, procede-se com o ultrassom transretal e a biópsia da glândula, que consiste na retirada de fragmentos da próstata para análise. Só então é feito o diagnóstico. Pode ainda ser necessária a realização de outros exames, como a ressonância magnética e a cintilografia óssea.

O câncer de próstata apresenta sintomas na fase inicial?
Mito. Na fase inicial, a doença não tem sintomas. Em 95% dos casos eles aparecem em estágio avançado. Portanto, é fundamental que haja a procura espontânea do paciente pela consulta médica. Na fase tardia, os sintomas mais comuns são dor óssea, sangramento na urina, dor na pelve, nas costas ou ao urinar. Para acompanhar estes sintomas, é importante fazer consultas frequentes e intervenções ativas.

Exames preventivos são recomendáveis?
Verdade. Mesmo na ausência de sintomas, homens que têm a partir de 45 anos devem ir anualmente ao urologista. Mas, se houver histórico familiar, a idade diminui para 40 anos.

A detecção precoce aumenta as chances de tratamento?
Verdade. Ao ser detectado no início, as chances de cura são bem maiores, pois o tratamento impede que essas células se espalhem para outros órgãos, além de o tratamento ser bem menos agressivo.

A vida sexual do paciente pode ser afetada?
A cirurgia de próstata traz efeitos que podem afetar o relacionamento com a(o) parceira(o). As dificuldades relativas ao desempenho sexual, por causa da disfunção erétil (mesmo que transitória), e a possibilidade de ficar infértil podem acarretar um alto grau de estresse, angústia e ansiedade. O risco de disfunção erétil durante o tratamento existe, mas tende a ser menor quanto mais cedo a doença for detectada. Ela pode ser temporária mas, se for permanente, há medicamentos, próteses e implantes que funcionam bem.

O tratamento de câncer de próstata pode causar impotência?
Verdade. O tratamento realmente pode levar à impotência. Mas nem todos os pacientes tratados ficam impotentes, sendo que vários fatores interferem (idade do paciente, tipo de tratamento, etc ).

O câncer de próstata pode ser hereditário?
Verdade. Vários fatores podem ser responsáveis pelo câncer de próstata, e a hereditariedade é um deles. Principalmente se houver dois ou mais parentes de primeiro grau com a doença e se esta for descoberta antes de seus 60 anos. Quando algum desses critérios estiver presente, o risco de desenvolver a doença é bastante mais elevado para os indivíduos dessa família.

Após o tratamento, é preciso continuar tomando medicamentos?
Depende. Se o caso exigir a prostatectomia radical e ela for considerada curativa, não será necessário o uso de nenhum medicamento adicional. Havendo o comprometimento de margens, vesículas seminais ou linfonodos, pode ser indicado o tratamento com radioterapia e, às vezes, recomenda-se o bloqueio androgênico. Além disso, o médico deve personalizar o período de acompanhamento e os exames necessários em função da idade do paciente, da proporção e do estágio do câncer. Os exames de rotina necessários são, basicamente dosagem do PSA, ultrassonografias e radiografias ou cintilografia óssea (quando existem sintomas ou elevação significativa do PSA).

Muitos casos de câncer de próstata são diagnosticados apenas com o exame de toque retal, que é rápido e praticamente indolor, ou o exame de sangue. Agora que você já tem muitas informações sobre o assunto, que tal procurar seu médio para realizar um exame?

Fonte:
Diálogos da Próstata – Instituto Lado a Lado pela Vida: http://neouro.com.br/wp-content/uploads/2014/11/dialogos-da-prostata.pdf