A bexiga é o órgão responsável por armazenar a urina produzida pelos rins. É um reservatório músculo-membranoso, elástico, e que suporta cerca de meio litro de urina em seu interior.
A bexiga, assim como outros órgãos, também pode ser foco para o surgimento de alguma neoplasia. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia – SBU, é o 2º tumor mais comum do trato genito-urinário, sendo o 4º tumor maligno mais comum nos homens e o 9º nas mulheres.
O que é o câncer de bexiga?
Assim como outros tipos de câncer, ele se desenvolve após um crescimento desordenado das células de um dos três tipos de tecidos (de secreção, de transição ou escamoso) da bexiga. Assim, ele pode ser classificado em três tipos: carcinoma de células de transição (ou carcinoma urotelial), carcinoma de células escamosas ou adenocarcinoma (nas células de secreção).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de novos casos para 2014 é de 8.940, sendo 6.750 em homens e 2.190 em mulheres.
O principal fator de risco conhecido é o tabagismo (fumo).
Quais são os sintomas?
Eliminação de sangue na urina (hematúria);
Irritações do trato urinário baixo: polaciúria (vontade de urinar muitas vezes ao dia, mas com pouca quantidade), disúria (dificuldade em urinar) e urgência em urinar.
Em casos mais avançados, outros sintomas podem surgir, como palidez (anemia), emagrecimento, nódulos palpáveis ou visíveis em exames de imagem, entre outros sintomas.
Como é possível tratar o câncer de bexiga?
O tratamento para o câncer de bexiga depende do estágio em que o tumor se encontra, mas geralmente tem a indicação cirúrgica como primeira opção de tratamento.
A cirurgia mais realizada é a ressecção transuretral de bexiga (“RTU de bexiga”), conhecida como “raspagem da bexiga”. Esta é realizada através da inserção de um aparelho específico pelo canal da uretra por onde se realiza a remoção do tumor (é uma cirurgia sem corte/incisão).
Em casos mais avançados (nos tumores invasivos), pode-se proceder com a retirada da bexiga por completo e dos gânglios ao redor, chamada “cistectomia radical com linfadenectomia pélvica”. Esta é uma cirurgia maior, com indicações precisas e que deve ser individualizada para cada paciente.
Para evitar a recorrência de alguns tumores de bexiga, pode-se utilizar a imunoterapia intravesical – mais conhecida como BCG. Esta é realizada pela aplicação periódica de um líquido dentro da bexiga, através de uma sonda. Tem por objetivo ativar o sistema imunológico do paciente à combater eventuais células tumorais residuais ou em formação, nos casos de tumores não-invasivos do músculo da bexiga.
A radioterapia (utilização de raios X, raios gama ou elétrons) pode ser utilizada para destruir ou inibir o crescimento das células cancerosas que formam um tumor de bexiga. Pode ser escolhida como tratamento complementar após uma cirurgia, ou como tratamento primário em pacientes com doença em estágio invasivo impossibilitadas de realizar cirurgia (como, por exemplo, devido a doenças graves associadas), ou mesmo para evitar recidivas da doença.
A quimioterapia pode estar indicada como forma de eliminar possíveis células cancerosas residuais após uma cirurgia, bem como antes dela, com o intuito de reduzir o volume tumoral. Também está indicada nos casos onde se opta pelo tratamento com radioterapia (aumentando as chances de resposta) e nos casos de doença metastática (onde a doença já atingiu outros órgãos).
São opções que você deve discutir com seu médico, para que cheguem juntos à melhor escolha, sempre ponderando os riscos e benefícios de cada tratamento.